domingo, 24 de abril de 2016

Comissionados em Niterói

O Globo
Comissionados são 40% da administração direta em Niterói
Dados do IBGE mostram que Niterói tem maior percentual entre grandes cidades
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POR IGOR MELLO
24/04/2016 6:00
http://og.infg.com.br/in/19150612-bf2-820/FT1086A/420/niteroi_domingo.jpgNiterói tem maior percentual de comissionados entre grandes cidades - Editoria de Arte
NITERÓI - Dados do IBGE mostram que Niterói é o município do estado do Rio com maior percentual de comissionados — os cargos de confiança — na administração direta: são 1.458 nomeados, 40% dos 3.643 empregados neste setor da prefeitura. A cidade também lidera o ranking entre os municípios brasileiros com mais de 500 mil habitantes.
As informações fazem parte da base de dados da publicação “Perfil dos municípios 2015”, divulgada no último dia 15, que recolheu informações sobre o funcionalismo municipal no Brasil entre agosto e novembro do ano passado. O estudo considera apenas os comissionados que não têm qualquer outro vínculo com as prefeituras, excluindo da conta, por exemplo, servidores públicos que acumulam cargos de confiança.
Os números de Niterói contrastam com o padrão do país: segundo o documento, nos municípios brasileiros, em média, apenas 8,3% da força de trabalho das prefeituras é composta por comissionados. O percentual é ainda menor nos municípios com mais de 500 mil habitantes, caindo para 5,3%.
Pelo Portal da Transparência municipal, o pagamento dos comissionados em março custou aos cofres públicos mais de R$ 3,4 milhões, cerca de 26% dos gastos com a folha de pagamento no mês.
LEI NÃO LIMITA QUANTIDADE DE CARGOS
O recorte da pesquisa do IBGE se refere, exclusivamente, aos nomeados na administração direta. Em Niterói, esse setor concentra 40 órgãos, entre gabinete do prefeito, vice-prefeitura, secretarias e administrações regionais. O município argumenta que boa parte dos servidores efetivos (concursados) está na administração indireta, em que se encaixam fundações, autarquias e empresas públicas, a exemplo das fundações municipais de Educação, Saúde e Arte e da Clin.
A prefeitura ressalta ainda, em nota, que o número de comissionados não aumentou nos últimos anos: “A nova gestão da prefeitura, ao assumir em 2013, promoveu várias medidas de austeridade e não deu provimento a cerca de 60% dos cargos de confiança existentes. Ao longo dos últimos dois anos foi necessário recompor o quadro de direção e coordenação de unidades de saúde, de escolas e de administrações regionais para a retomada dos investimentos e conservação da cidade. A nova gestão da prefeitura não aumentou o número de comissionados e pretende mantê-los em quantidade inferior aos existentes na administração anterior”.
De acordo com Paulo Corval, professor de Direito Tributário e Financeiro da UFF, a admissão de comissionados, quando feita com critério, não é negativa. Entretanto, ele crê que houve uma opção da atual gestão por preencher vagas desta forma, já que esse grupo não tem estabilidade, diferentemente dos concursados.
— Essa pode ser uma forma de suprir vagas sem onerar a previdência. Os comissionados podem ser desligados sem ônus para o município, algo que não ocorre nem com empregados da iniciativa privada, contratados através do regime da CLT. Entretanto, isso acaba com a concorrência para o ingresso no serviço público, já que os comissionados não fazem concurso. Pelo número, isso é uma estratégia de gestão.
Corval destaca, porém, que o alto percentual mostra um “claro desvio da finalidade dos cargos comissionados”.
— Eles (os cargos) existem para que (com a troca de governo) os gestores possam renovar os “cabeças” da administração — explica o especialista, referindo-se aos cargos de confiança.
O advogado Ulysses Monteiro, conselheiro da OAB Niterói e especialista em administração pública, esclarece que a lei não define limites de cargos em comissão, dando margem para gestores nomearem livremente pessoas para a máquina:
— Não há qualquer preceito legal que limite a quantidade de comissionados. Contudo, esse é um número muito alto para a administração direta, que concentra os principais serviços e funções da prefeitura.
Comandadas por integrantes do núcleo duro da gestão de Rodrigo Neves, as secretarias Executiva e de Governo são as que mais dispõem de cargos comissionados. São, respectivamente, 322 e 196. Já as 14 administrações regionais, que abrigam indicados de vereadores da base do governo, somam outras 168 nomeações. O cenário pouco mudou em relação ao governo anterior: o ex-prefeito Jorge Roberto Silveira (PDT) encerrou seu mandato, em 2012, com 1.547 comissionados na administração direta, que representavam 40,4% dos trabalhadores. Em seus primeiros dias de governo, o prefeito Rodrigo Neves anunciou um corte de 1.100 cargos. No entanto, como O GLOBO-Niterói mostrou em setembro de 2015, todos eles foram reativados ao longo de seu mandato.
A quantidade de comissionados na gestão anterior foi alvo de fortes críticas da equipe de Rodrigo Neves ainda durante o processo de transição. Em dezembro de 2012, duas semanas antes de o prefeito assumir, Patricia Audi, que comandou a Secretaria de Planejamento até fevereiro de 2015, mostrou-se surpresa com o número de nomeações. Segundo ela, os nomeados atuavam inclusive em serviços essenciais à população.

— Analisando tecnicamente, encontramos números impressionantes, que não condizem com uma prefeitura que tem 500 mil habitantes. Sabemos que a despesa com comissionados mais do que dobrou, mas desconhecemos os motivos, o que fazem e onde estão esses funcionários. Não posso fazer juízo de valor e dizer se é certo ou errado, mas pergunto: por que não pensaram em fazer concursos? — criticou a secretária na ocasião, manifestando o desejo de reduzir o número de nomeações e dar mais eficiência à máquina pública.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

PRIVATIZAÇÃO DA SAÚDE CHEGA AO MARIO MONTEIRO


A prefeitura de Niterói continua no seu firme propósito de privatizar o SUS da cidade entregando agora mais uma unidade de saúde recém reformada ao setor privado. A bola da vez é a unidade Mario Monteiro, na região oceânica. Servidores estatutários estão sendo expulsos da unidade de forma arbitrária num total desrespeito com o funcionalismo público. A lógica da prefeitura de que a saúde é uma mercadoria que pode ser comercializada, vem ganhando força no governo com a entrega de unidades de saúde as Organizações Surrupiadoras e Fundações de Direito Privado. 
A política Neoliberal cujas privatizações são apenas pontas, vem aplicando duros golpes aos trabalhadores em todos os setores em várias partes do mundo. A violação dos direitos humanos é uma característica marcante dessas políticas, que muitas vezes estão sendo implementadas sob uma cortina de fumaça criada em cima do caos propositalmente instalado. É necessário que estejamos atentos e organizados para que as respostas a esses ataques aos nossos direitos sejam imediatamente repudiados e barrados. 
OUSAR LUTAR, OUSAR VENCER. SOMENTE A LUTA MUDA AS NOSSAS VIDAS!!!